NUA

3 de mai. de 2013




Bati no portão da casa dele por volta das seis da tarde e sentia uma agonia sem fim.
 Mais eu estava decidida, sabia o que queria fazer. Seria minha primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. não dava mais para voltar atrás.  Gritei o nome dlee e ele ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
 Ele perguntou se eu queria beber algo, pediu para eu não reparar a casa, eu não quis e não reparei. Ele perguntou me se queria sentar, recusei. Ele me perguntou então , no que poderia me ajudar. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente. 
Então comecei a me despir como nunca havia feito antes. Primeiro arranquei as máscara: “Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto”. Então arranquei a peça da arrogância: “Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história.” Era o pudor sendo desabotoado: “Eu faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou”. Retirava o medo: “Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei”. Por fim, a última peça caía, deixando-a nua: “Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui”. E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca…

Um texto de Martha Medeiros parafraseado por Nathalia Pamela

Morte

                                                                                                                                                                                                           Quando a noite demora a passar,  parece que o teto se move, que os meus "Demônios" interiores se projetam para fora de mim 
Medos, traumas, inseguranças, tudo projeta no teto branco do meu quarto, em uma visão tridimensional.
horas necessito reagir, quando de fato tudo aquilo me sufoca.
È possível ouvir os barulhos das correntes, você consegue ouvir?
Consigo ouvir um grito de desespero, e grunhidos entre gemidos uma mistura de dor e sadismo.Ouve?
Houve um tempo em que a intensidade era maior, mais o que se ouvia era um pulsar do coração; 
batidas intensas como uma alegoria de escola de samba, uma mistura de vigor, amor, e vida.
hoje não mais, sem sambas, sem chorumelas, sem velas.
a uns meses minhas noites tem se acalmados, tudo tem se assentado, cada qual em seus devidos lugares, fora de mim , dos meus pensamentos, era como no vale de ossos secos, podia ouvir hoje o barulho de ossos ressequidos voltando a vida, menos quando ele me toca, ai tudo volta, como um furação , o grito vem e mãos abafam o meu grito e o que sobra é um olhar superficial, um olhar neutro , sem explicação sem sentimento, só o interior reconhece, ouve, sente, e sabe, o grito, grunhido, gemido, suspiro, morte.. 
que cada toque dele me trás.

morri, mais uma vez, eu morri!

FRIO




Frio. E não era o ar que passeava pelo corredor da casa do lado da sombra. Vinha de dentro. Um frio interno que saia petrificando cada órgão de seu corpo. E logo, logo após, estilhaçavam-se. Sentia o sangue correr, o coração bater, o barriga gritar. Gritos silenciosos, batidas sem som, corridas em círculos. Era tudo dela. Sua vida guardava sentimentos e seu corpo era uma central de meteorologia. O nervosismo congelava no instante que chegava. E arrepiava. Como um fluído invisível que vai tomando de conta, subindo, envolvendo, revirando o que está em paz. Sente sua liga segurar seus cabelos perto do pescoço, numa guerra sem fim para que ao menos a moldura do rosto permaneça intacta. Um cenário para aquela tempestade que troveja e trava músculo por músculo. Era frio. Não, era nervosismo. Nervo sismando. Era clima, era chuva, era mar revolto. Era onda, num vai distinto da volta. Era chegada. Era deixar partir. E uma hora se vai.






Se eu estou forte, se eu estou caido , Deus me ama! :D

Musiquinha ♥

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